Ser mãe é padecer. E nem sempre no paraíso

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Foto: Divulgação

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“Mãe abandona quatro filhos na porta da casa do ex marido”. Foi esta a manchete de uma notícia que li ontem no jornal da cidade de Campo Grande-MS. O pai registrou boletim de ocorrência  alegando que a mulher  telefonou  avisando o abandono. Ele alegou também não ter condições de cuidar das crianças sem o auxilio dela, já se casou novamente e tem uma filha de 4 meses,  o que dificulta ainda mais a criação dos outros filhos.

 

Ao ler esta notícia fiquei pensando sobre esta situação. Repare que a palavra usada foi “abandono” e por uma mãe. E pode ser que você leitor, esteja neste momento julgando esta mulher por “abandonar“ os filhos, justamente na véspera do dia das mães. Pobre homem, pobres crianças, que mulher malvada. Quando o pai alega que “tem outra família e que não pode cuidar dos outros filhos”, mesmo diante de possível situação desesperadora da mãe, então, o abandono não foi exatamente materno. Foi paterno.

 

De modo quase geral a sociedade não perdoa uma mãe que deixa os filhos, mesmo que o motivo seja justo e que o sofrimento dela seja grande por abrir mão das pessoas mais preciosas para ela. Mesmo que ela não tenha condições de cria-los.

Existem aqueles que argumentam; se não podia criar, porque pariu?

Talvez não exista uma resposta possível para esta pergunta.

A sociedade julga a mãe e na maioria das vezes, inocenta o pai tratando-o como vítima.

Se está desempregado e não pode pagar pensão ou se trabalha muito e não tem tempo para ficar com os filhos, boa parte da sociedade entende. Se constituiu uma nova família e a atual esposa não aceita ou não apoia a ideia de ter os filhos do primeiro relacionamento em casa, alguns entendem que não há do que reclamar, caso ele pague a pensão em dia.

Por falar nisso, quanta reclamação sobre pensão. É comum usarem como desculpas frases como “ não tenho” e “ não posso”, palavras quase inexistentes no vocabulário de uma mãe que cuida sozinha dos filhos. Ela tem que poder e tem que ter de um jeito ou de outro.

 

A quantidade de pais separados é imensa nos dias de hoje. Mas quem disse que é preciso se divorciar dos filhos? Um homem quando é responsável, não precisa de ninguém para lembra-lo de seus deveres, nem mesmo de um juiz. É preciso entender que um filho requer cuidados financeiro e emocional. Dizem que ser mãe é padecer no paraíso. Talvez seja um pai irresponsável que padeça no paraíso. Padece com as reclamações da ex mulher,  mas vive no paraíso da falta de responsabilidade e interesse pela vida do filho.

 

Vamos voltar àquela mãe. Existe a possibilidade dela não ter condições de criar os filhos sem a parte da responsabilidade paterna. A vida não é linear. Temos altos e baixos e em algum momento uma mãe pode não ter condições de criar os filhos, especialmente sem a parte que cabe ao pai.

Uma mãe, no sentido exato da palavra, está disposta a fazer tudo por um filho, até mesmo deixa-lo ir. Mas o mundo geralmente não perdoa uma mãe desempregada e sem renda. Quantas mães, neste momento estão passando por algum problema, seja ele financeiro, emocional ou de saúde? Quantas têm o direito de reclamar da falta da responsabilidade paterna sem parecer a bruxa má?

 

Todos sabemos que uma mãe tem jornada dupla e se cuida sozinha do filho, esta jornada aumenta. Não faz muito tempo, uma carioca, mãe de primeira viagem desabafou no  Facebook que estava detestando as obrigações de ser mãe. Choveu críticas a ela. Como assim, estava odiando? Ela disse que não aguentava mais trocar fraldas, fazer mamadeiras e que todo o tempo dela era dedicado à filha. São coisas diferentes. Ela ama ser mãe, mas reclama do quanto é cansativo. Ela disse uma verdade inconveniente: é cansativo, estafante, mas também é prazeroso e se torna menos exaustivo quando um filho tem um pai que cumpre sua função no sentido exato da palavra.

 

Fico pensando naqueles homens que fazem discursos politicamente corretos contra o aborto e abortam de suas vidas os filhos que já nasceram, aos quais deveriam amar, cuidar e proteger.

 

Ser mãe é cansativo, mas todo o cansaço se esvai ao som de um “eu te amo, minha veinha”.

Feliz dia das mães à todas que sabem que a luta é árdua, mas a vitória do amor, é certa.

 

 

Dedico este artigo à Olinda, minha mãe ( foto) , a mulher mais forte que eu conheço e  ao Fernando, pai dos meus filhos: um pai que é uma mãe.

 

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