O Governo do Acre prestou assistência aos imigrantes haitianos que ingressaram aos milhares ao Brasil, via Acre, nos últimos 4 anos e meio.
Inicialmente os imigrantes eram recepcionados em abrigo na cidade de Brasiléia, na fronteira com a Bolívia, que tornou-se insalubre pela superlotação, mas há quase dois anos que o abrigo foi transferido para a capital Rio Branco, onde o Governo do Estado alugou um espaço de eventos para acomodar centenas de haitianos simultaneamente.
Além da hospedagem, o Governo fornece café da manhã, almoço e jantar, assistência de saúde, social e forneceu por um período passagens terrestre para São Paulo e sul do país.
Tudo isso, entretanto, representa um custo altíssimo para os combalidos cofres estaduais, já que convênio com o Governo Federal não cobria a integralidade dos gastos.
Não suportando mais o ônus dessa solidariedade, o Governo do Acre anunciou na tarde desta sexta-feira, 17/04, o fim da assistência por parte do Estado, transferindo para a União. “O governador Tião Viana já comunicou ao Governo Federal o fim da assistência, através de contato com autoridades federais que enviará uma missão que se reunirá com a equipe técnica do nosso governo para trabalharmos a transição que será feita com maturidade e responsabilidade. O fato é que não mais assumiremos essa assistência”, declarou Nilson Mourão, secretário de estado de Justiça.
Segundo o Governo do Acre, a medida se fez necessária a partir do momento em que o Estado não tem mais capacidade de administrar a questão, chegando ao limite das ações e acumulando dívidas de quase R$ 3 milhões.
De 2010 a março de 2015, 35.938 estrangeiros chegaram de forma ilegal ao Brasil pela fronteira do Peru com o Acre. Só do Haiti vieram 32.783 pessoas, mas também são registrados imigrantes do Senegal, República Dominicana, Colômbia, Gâmbia, Gana, Bahamas, República de Camarões, Equador, Serra Leoa, Cuba, Mauritânia e Nigéria. Durante todo esse tempo, o governo do Acre tem oferecido alimentação três vezes por dia, abrigo, atendimento de saúde, cooperação para documentação oficial e deslocamento para os grandes centros, e até intercedeu em contratações para trabalho.