DESCULPEM, LEITORES: 'Não consigo narrar com a objetividade jornalística a morte do meu afilhado'

Peço mil desculpas a todos os leitores deste site para narrar em primeira pessoa a morte do meu afilhado, Fábio Augusto Luiz de Macedo D´Orazio, que aconteceu na madrugada deste domingo, 14, na cidade de Cujubim. O corpo dele, que estava andando de moto, foi encontrado pela manhã. Ele tinha 37 anos.

 

Exames que serão feitos em Ariquemes revelarão a causa da morte, mas as suspeitas preliminares são de que “o meu garoto” teria sofrido um infarto fulminante antes de cair com o veículo que estava pilotando. O corpo será velado em Vilhena.

 

Alguns anos atrás, Fábio e sua esposa, Lucines de Oliveira (os dois tinham o mesmo problema auditivo e de fala), me concederam o privilégio de ser testemunha de sua união. A cerimônia, para a qual fui acompanhado de toda a família, foi realizada na cidade de Cabixi. Brinquei com os noivos até o padre lembrar que aquele sacramento católico era “uma coisa muito séria, meu filho”.

 

Eu visitava com regularidade o casal, que morava na zona rural de Vilhena, e o Fábio, para deixar a tímida esposa com vergonha, me ensinava algumas expressões em LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais). A imagem que aparece nesta reportagem indica grau de intimidade para quem conhece os gestos importantíssimos usados pelos quem não conseguem se comunicar falando.

 

Meu afilhado tinha pouco mais de um ano, quando caiu de um caminhão no Estado do Pará e perdeu completamente a audição. Apesar da limitação, era alegre a trabalhador. O frigorífico JBS foi uma das empresas nas quais atou em Vilhena.

 

Não tenho muito mais o que informar aos leitores, mas aos meus compadres Rita e Camilo, que avalizaram a minha participação numa união matrimonial que jamais vou esquecer, reforço o sentimento de gratidão. Vá em paz, meu afilhado querido!

 

*Dimas Ferreira é editor do FOLHA DO SUL ON LINE