QUASE 5 MIL: Búfalos selvagens continuam devastando reservas ambientais em RO

Animais causam redução da vegetação e morte de espécies; não existe projeto de controle por parte do Governo do Estado

QUASE 5 MIL: Búfalos selvagens continuam devastando reservas ambientais em RO

Foto: Arquivo/Rondoniaovivo

Cerca de cinco mil búfalos selvagens habitam descontroladamente pelo menos três reservas ambientais em Rondônia, provocando um desequilíbrio ecológico. Esses animais, inicialmente pouco mais de 60, foram introduzidos na Fazenda Pau D'Óleo há mais de 50 anos como parte de um projeto do antigo Território Federal do Guaporé (hoje Rondônia).

 

O objetivo era utilizá-los para comércio, consumo de carne e leite, e como força de tração para impulsionar a economia local. No entanto, o projeto foi abandonado pelo governo estadual devido a resultados insatisfatórios.

 

Os búfalos selvagens, originários da Ásia e transportados inicialmente para a Ilha de Marajó, encontraram no Vale do Guaporé um ambiente propício para a reprodução, resultando em uma população estimada em quase cinco mil cabeças.

 

Esses animais se espalharam para outras áreas de conservação, incluindo a Reserva Biológica (Rebio) Guaporé e a Reserva Extrativista (Resex) Pedras Negras, e há indícios de que também migraram para a Bolívia.

 

 

A ausência de projetos de monitoramento, controle e erradicação por parte do governo de Rondônia permite que o rebanho cause danos significativos nas áreas protegidas. Enquanto isso, em regiões como o Pará e outras partes de Rondônia, os búfalos domesticados contribuem para a economia local.

 

No entanto, a presença desses animais nas reservas ambientais provoca danos à vegetação, alterando o ecossistema e ameaçando espécies nativas.

 

As três reservas ambientais afetadas são a Reserva de Fauna Estadual Pau D’Óleo, a Reserva Biológica do Guaporé e a Reserva Extrativista Estadual de Pedras Negras.

 

A Reserva Biológica do Vale do Guaporé, em particular, enfrenta graves consequências, como mudanças no curso dos lagos devido ao comportamento natural dos búfalos, que andam em fileiras, criando canais que alteram o fluxo da água.

 

E o problema é antigo: em abril de 2022, o Rondoniaovivo trouxe esse mesmo assunto com a reportagem "VALE DO GUAPORÉ: Búfalos selvagens continuam causando estragos na fauna e flora da região". Nada mudou de lá para cá.

 

 

A Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental de Rondônia (Sedam) reconhece as alterações ambientais causadas pelos búfalos, incluindo a extinção de espécies nativas, redução na biomassa vegetal, compactação do solo, erosão e mudanças na hidrologia de superfície.

 

Apesar disso, ainda não foram implementadas iniciativas de conservação ou manejo sustentável associadas a esses animais.

 

Um Projeto de Lei sancionado em 2016 tinha o objetivo de regulamentar o abate de búfalos no Vale do Guaporé para conter o impacto ambiental.

 

No entanto, a legislação não foi aplicada na Reserva Biológica do Vale do Guaporé devido à sua natureza de Unidade de Conservação Federal. Atualmente, a Sedam está conduzindo um levantamento bibliográfico para propor estratégias para controlar e erradicar a população de búfalos nas Unidades de Conservação Estaduais afetadas.

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