FÓRMULA 1: Lewis Hamilton é anunciado pela Ferrari

Os amantes do automobilismo foram surpreendidos com uma bomba na manhã desta quinta-feira (1º): Lewis Hamilton decidiu deixar a Mercedes, fato confirmado à tarde, e será piloto da Ferrari a partir de 2025. O que parecia ser um rumor da imprensa italiana ganhou mais corpo ao longo do dia até o anúncio oficial da saída da Mercedes e, logo depois, a confirmação de sua contratação pela Ferrari. Um grande indício de que  Hamilton trocaria de escuderia foi a convocação de uma reunião extraordinária para os funcionários da Mercedes, em Brackley, na Inglaterra. 

 

O primeiro rumor sobre a troca de Hamilton surgiu na noite de quarta-feira (31). Na semana anterior, a equipe de Maranello confirmou a permanência do monegasco Charles Leclerc, em um acordo multianual que, segundo a imprensa local, é válido até 2029, mas que possuí cláusulas de saída vinculadas ao desempenho após o terceiro ano de contrato.

 

Quanto a Carlos Sainz, espanhol que ocupa o assento do segundo monoposto da Ferrari, a informação, em dezembro de 2023, era que o piloto queria um contrato de dois anos, mas a equipe não estaria disposta a aceitar os termos por querer avaliar o mercado. Sainz, inclusive, é um dos cotados para defender a Audi, mas a entrada da equipe alemã irá acontecer apenas na temporada de 2026. Resta saber se, com a chegada de Hamilton, ele conseguirá um carro para correr na Fórmula 1 pelas duas próximas temporadas.

 

O alvo da Ferrari era Hamilton. O namoro entre Lewis e a Scuderia era antigo. E o cupido que uniu as partes interessadas tem nome: Frédéric Vasseur. O engenheiro francês, chefe do time italiano, tem uma amizade de longa data com Hamilton. Os dois trabalharam juntos em 2004-2005, quando Lewis ainda estava nas categorias de acesso da Fórmula 1, mas já era um fenômeno. Fred era um conselheiro do britânico, exercendo um papel parecido com o de Niki Lauda, quando Lewis Hamilton chegou à Mercedes. 

 

Um empecilho que poderia travar a ida de Hamilton para a Ferrari era o contrato assinado com a Mercedes, pelo menos até o final de 2025. O acordo teria uma cláusula de desempenho com a equipe anglo-alemã, que o liberaria ao final deste ano. O documento pressupunha um acordo de '1 + 1', ou seja, a permanência 'obrigatória' seria até o fim da temporada 2024, com uma opção de renovação até o fim de 2025, o que Hamilton não exerceu.

 

 

O que representa a ida de Lewis Hamilton para a Ferrari?

 

Quem acompanha de perto a Fórmula 1 sabe que correr na Ferrari é o sonho de muitos pilotos, não apenas pela grife e o peso que acompanham a montadora italiana, mas porque o nome Ferrari é sinônimo de títulos e grandeza no automobilismo. Mesmo com diversas questões internas, há quase que um desejo dos pilotos de trabalhar na escuderia do "Cavallino Rampante", e Hamilton vê em Frédéric Vasseur a confiança para trocar um projeto longevo e vitorioso com a Mercedes por uma nova aventura. 

 

Além disso, seria a primeira vez em sua carreira na principal categoria do automobilismo mundial em que o britânico competiria com um motor que não um Mercedes Benz, afinal de contas, em seu período na McLaren, o conjunto com o qual Lewis conquistou o primeiro de seus sete campeonatos mundiais era da montadora alemã.

 

A possível chegada de Hamilton a Maranello pode marcar também a volta de um inglês ao volante de uma Ferrari. O último foi Nigel Mansell, entre 1989 e 1990. ‘Il Leone’ era adorado pelos tifosi, mas não conseguiu ser campeão mundial com a equipe italiana. Aliás, se vitórias em GPs têm sido cada vez mais difíceis para o time Ferrarista, o que dirá títulos mundiais. O último foi com Kimi Räikkönen em 2007.

 

Resta saber se a contratação de Hamilton vem como um incentivo para a melhora do projeto esportivo da equipe ou se a torcida terá uma nova decepção, parecida com a era Fernando Alonso (2010-2014) ou os anos de Sebastian Vettel (2015-2020) no time. Fato é que a união tem tudo para dar certo e Lewis tem na Ferrari a oportunidade de relançar a carreira e conquistar o oitavo título mundial.